HealthCareManagement – A Bola da Vez é o Setor de Saúde | O que é ser a Bola da Vez? | Parte 1
(Por Alexandre Inserra e Fabio Annunziata)
De uma forma análoga ao que ocorreu com outros setores no passado recente, o setor de HealthCare é a "bola da vez". Ser a "bola da vez" é ser "o" setor que promete se manter como grande foco de investimentos, de fusões e de aquisições, de consolidações, de trocas de comandos, de mais investimentos, de esforços em integrações, em inovações, em ser o mais relevante setor econômico integrante da Economia da Experiência, onde a mediocridade não tem mais espaço; onde há transformação em paralelo à total profissionalização da gestão. Onde cada player deve definir exatamente se pretende ser caça ou caçador. E se preparar para tomada de postura estratégica. Já é o setor com as maiores oportunidades de ganhos, nenhum espaço para acomodação, onde alinhamento total entre estratégia e operações jamais havia sido tão exigido.
Durante uma conversa “online” com um grupo de amigos da Escola Politécnica, chegamos à conclusão de que estamos ficando velhos demais, e que serão as novas gerações que determinarão o "que será que será", incluindo aí todas as regras e códigos de convívio e de comunicação. O próprio idioma que falamos faz parte desse pacote cultural em constante transformação, pelo qual não nos cabe mais pleitear responsabilidade. Concluímos que a geração dos anos 70 perde lentamente sua voz ativa, e dá naturalmente espaço aos que vieram bem depois.
Fair enough. Afinal, não seria coerente pleitearmos sermos daqueles que alertam para as necessidades de adaptações controladas, proativas, recomendando que as transformações sejam bem percebidas, planejadas e estrategicamente bem conduzidas, se ao mesmo tempo, mantemos postura inflexível, demonstrando reatividade em aceitar mudanças. Inaceitável seria esse paradoxo.
Ocorre que alguns princípios serão sempre mantidos, e neste momento, o mais relevante entre eles é o que sugere que: “onde não há incertezas, também não há oportunidades”. Uma consequência lógica dessa ideia inicial é que: “para que haja oportunidades, deve haver incertezas”. No limite, essa coerência implica aceitarmos que diante do caos total, da disruptura absoluta com a normalidade anterior, surgem, ainda, as possibilidades de reconstrução na sua totalidade.
Paradoxalmente aceito, no entanto, está o fato de que a redução necessária no nível atual de incertezas, para que se encontrem fundamentos elementares de retomadas sustentáveis, depende, justamente da Área de Saúde, e seu único remédio viável é a disponibilidade em grande escala de vacinas eficazes.
A economia global olha esperançosa para a área de Saúde e compreende que é daí que surgirão soluções reais, dotadas de expertises científicos, produtivos e logísticos, exigindo competência e esforços para coordenação. Se o setor de Saúde tem o potencial de diminuir incertezas, ele próprio, oferece as maiores oportunidades, e como já vinhamos apontando em artigos anteriores, a pandemia apenas acelerou esse mecanismo, não o originou.
De uma forma muito simples, podemos resumir os conceitos e as conclusões sugeridas pelas publicações até aqui, (veja o índice completo de artigos da série “Ampliando Perspectivas” já publicados desde 11.03.2021), quando revisitados sob a ótica de HealthCareManagement, respondendo, assim, o que é ser a “Bola da Vez”:
Iniciamos a série pleiteando que as mudanças nos ambientes econômicos são dinâmicas demais para serem pontuadas em milestones, e que a classificação do tempo em “Before Covid” e “After Disruption”, (BC e AD), tem uma considerável utilidade prática didática e de facilitação do entendimento das realidades empresariais, mas que a natureza das transformações é de caráter continuado, e com eventos dificilmente distinguíveis entre “antes” e “depois”.
De fato, as “evoluções adaptativas” observadas em HealthCareManagement em distintos mercados ao redor do globo haviam sido iniciadas muito antes da pandemia e foram particularmente aceleradas por ela.
O mercado brasileiro de #healthcaremanagement, (tomando-se apenas o exemplo local, mas com lógicas paralelas em todos os cantos), assistiu o surgimento de novos business models, de estratégias diferenciadas, inéditas quanto às adaptações de competências, à gestão com foco em resultados e com base na disponibilidade adequada de ativos produtivos, prediais e clínicos, e principalmente, de crescimento quase ininterrupto da demanda; há cada vez mais pessoas willing and able to consume healthcare, também no Brasil.
O aumento da qualidade do serviço prestado é inevitável nesse tipo de ambiente, e o próprio Sistema Único de Saúde se demonstrou capaz de inúmeras práticas de excelência e amplitude na assistência médica.
Fatores demográficos causando impactos positivos na demanda já trariam consigo potenciais relevantes para causar mutações positivas no setor, com dinâmicas destacadas em relação às de outras áreas, já que não há Vida sem Saúde.
Mas que mutações são essas? Bem, tal qual sugerimos (Inserra e Cerbasi no Artigo #2 – A evidência da realidade darwinista no ambiente empresarial), há grandes semelhanças e fáceis analogias entre a Teoria Evolucionista de Charles Darwin, com o caráter constantemente evolutivo, e da necessidade de constante adaptação inerentes aos mercados onde habitam e competem as organizações empresariais.
O aumento das chances de sobrevivência deriva da capacidade de se adaptar.
No setor de Saúde, observamos uma natureza de competição acirrada semelhante a que ocorreu em vários campos da indústria alguns ciclos atrás, inclusive o caso recente de um domínio próximo, o da área farmacêutica.
A competição por novos Clientes-Pacientes com elevação do nível de serviços e suas expectativas e as opções por estratégias e estilos operacionais distintos resultam na promoção de consolidações, trocas de comandos e de controles societários. O ciclo de grandes transações no mercado brasileiro de Saúde já eram perceptíveis anos antes da pandemia. As transações nos últimos meses surpreenderam positivamente todos os envolvidos. O setor é relevante investment-target.
Acomodar-se, especialmente, em #healthcaremanagement, já faz tempo, é decidir repousar onde caçam os leões, e as noções práticas de sobrevivência empresarial, sob uma ótica darwinista foram exemplificadas e aprofundadas nos artigos #3 e #4 , que se sucederam, inclusive exemplificando com cases do próprio mercado de consultoria. Nenhum setor está isento da demanda por adaptações proativas, diante das transformações experimentadas. Setores com grandes vetores para rápidas mudanças acabam sendo grandes absorvedores de práticas de outros setores, e atualmente notamos claramente a demanda por transferências de práticas, métodos, filosofia e, claro, de executivos bem-sucedidos de outras áreas, sendo convidados a integrar times profissionais de novos gestores em HealthCare. Basta observar os recentes “jogos de cadeira”.
Já a publicação de #5 foi dedicada à constatação de um ambiente “After Disruption” ainda “VUCA” e de suas consequências para o surgimento dos “Strategic Adaptive Managers”, em paralelo aos “Strategic Sourcers”, que tiveram suas demandas aquecidas durante a “febre de Global Sourcing”, ainda na década de 90.
Mais uma confirmação: não há outra indústria que demande tantos “adaptive skills”, de respectivas práticas, como tem ocorrido no setor de Saúde. Quem atua na Área percebe isso claramente. O limite imposto pela colheita de dados e variáveis sobre Pacientes não é mais de origem tecnológica, mas sim, de caráter ético. Até que ponto o Paciente está disposto a entender, exatamente, tudo que é possível aferir sobre ele, quando os modelos de BigData são colocados a favor dos diagnósticos?
Do lado das limitações técnicas, não há quase mais fronteiras, e quando num futuro bem próximo, a tecnologia 5G estiver em uso, chegaremos ao limite de extrapolar a ocorrência do próximo espirro, do próximo surto, da próxima pandemia. Em tempo real. Turbinado por inteligência artificial e conceitos de learning machine.
O papel humano do exercício da Medicina prestando assistência ganhará importância, ao contrário do que se teme.
Finalmente, nos artigos #6 e #7, o foco é trazido para a Excelência Operacional e para a Economia da Experiência. Tratam-se de conceitos que atualmente caminham em harmonia nos setores industriais, já que um é pré-requisito para o outro mutuamente. Não há como proporcionar experiências extraordinárias sem excelências nas operações, e se para outros setores, o foco deve estar na experiência do Cliente, no caso da Saúde, Paciente e Cliente se confundem, e sua tolerância com a mediocridade diminuiu muito com a disruptura. E não há qualquer indício que nos permita conceber a ideia de que a referida tolerância volte a crescer numa fase pós-pandemia.
Insistir em sintomas de mediocridade nas cadeias de valores de prestação de serviços médicos, comprometendo a capacidade de proporcionar boas experiências, (nas formas de diagnóstico e tratamento – assistência médica), ao Paciente é optar por uma estratégia operacional antiquada, com retorno negativo nos resultados. Comprovadamente.
Estudos clínicos atuais demonstram evidências claras de que a assistência mais assertiva, que se inicia com um diagnóstico robusto, e é complementada, desta forma, por um tratamento preciso e completo é também a mais vantajosa para quanto à gestão dos custos operacionais associados ao respectivo sistema de saúde.
São verificações empíricas palpáveis e certas, diante de tantas incertezas, portanto, de grande valor.
Há consideráveis possibilidades de retornos nos investimentos ainda sendo precificados no setor de Saúde no mundo, e também no Brasil. Para que se tornem realizáveis, é fundamental que sejam consideradas em detalhes as posições estratégicas e respectivas situações operacionais das organizações empresariais que aí atuam, uma vez que, para diversos players que chegaram até aqui, a existência futura não está garantida, e se preparar para se tornar caça pode ser mais prudente do que tentar se manter no topo da cadeia.
Isso tudo resume o que é ser a "Bola da Vez”. E tudo isso é o setor de Saúde.
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