HealthCareManagement – A Bola da Vez é o Setor de Saúde | O que isso significa para o Gestor em HealthCare? | Parte 2

(Por Alexandre Inserra)

HealthCare é a "bola da vez". E o significado de ser a "bola da vez", sob a ótica setorial, foi debatido em artigos anteriores. Igualmente relevante é a ótica do profissional que se dedica à Gestão de Saúde. Ora, se o setor promete ser o grande foco de investimentos, de transações M&As e trocas de comandos, de novas integrações, de inovações tecnológicas e metodológicas, se prevalecem os princípios da Economia da Experiência, se não há mais espaço para a mediocridade, e se há transformação em paralelo à total profissionalização da gestão, o que isso tudo significa para o próprio Gestor de Saúde?

HealthCareManagement Bola da Vez Saude E agora Gestor de Saude Sombra

Significa, inicialmente, ser protagonista em um complexo emaranhado de oportunidades, já que as respectivas atuações estarão vinculadas às maiores chances de agregação de valor, e consequentemente, de remuneração, tanto do capital investido, como do intelectual estratégico; ser Gestor de Saúde neste momento e nos anos que seguem significa se dedicar a uma carreira com valiosas chances de realização, com exigência permanente de atualizações, combinada à atenção redobrada para princípios fundamentais que seguem se perpetuando em vários outros setores por várias décadas.

O mais relevante Gestor de Saúde na República é o respectivo Ministro, correto? Recomendável limitar a discussão à Gestão em âmbito organizacional empresarial?

A tarefa seria mais simples, mas a simplicidade atingida provavelmente viria acompanhada de uma dificuldade de compreensão plena da dinâmica que rege os movimentos dentro do setor, que se tornou, sem sombra de dúvidas, a “Bola da Vez”, também no mercado brasileiro. Vetores importantes determinarão o equilíbrio de forças na Área de Saúde, e isso traz implicações notórias para a realidade do Gestor de Saúde.

São implicações resumidas e organizadas didaticamente em torno de cinco aspectos, ou mecanismos de ocorrência. Os fundamentos são observações empíricas e projeções arriscadas por especialistas e estudiosos, sempre que encontraram ressonância ou confirmações com nossas percepções, junto a iniciativas e projetos recentes ou em andamento:

1. Dinamismo de carreira: dificilmente outro setor econômico oferecerá tanto dinamismo para desenvolvimento de carreiras profissionais quanto a Gestão de Saúde. A referência é ampla à gestão de hospitais, clínicas, consultórios, planos médicos e odontológicos, redes de diagnósticos, e assim por diante. Observaremos um aumento ainda crescente de: (a) alternativas quanto às opções de carreiras, (b) do tamanho das responsabilidades assumidas, (c) do número de vagas e posições em Gestão, (d) dos modelos e volumes de remuneração.

Trata-se de combinação logicamente associada ao acirramento natural da competição por cargos estratégicos, em mudanças bruscas nos perfis ocupando os topos das pirâmides organizacionais.

Na liga dos top-players do setor, observamos dentro os aspirantes às posições de top-floor, desde médicos com formação complementar em áreas de gestão, até executivos e gestores de bancos, gente da indústria e do varejo. O dinamismo de carreiras no setor de Saúde ganha contribuição com o intercâmbio de posições de vários níveis com uma variedade de setores.

A cadeira mais alta e admirada junto a um dos grupos mais relevantes em HealthCare no cenário brasileiro é atualmente ocupada por um médico, que dedicou longos anos de sua carreira profissional ao seu desenvolvimento como decision-maker, exercendo funções operacionais e estratégicas como executivo multifuncional do setor de Saúde. “Ele nunca deixou de compreender a realidade do atendimento médico, mas viveu lições práticas como gestor no Brasil e no exterior, dignas de um doutorado prático na Área de Saúde”, comenta com orgulho, um de seus ex-colegas do setor, igualmente médico, dedicado a estruturações de operações de M&As no setor.

O profissional que buscava dinamismo extremo de carreira vinte, trinta anos atrás, estudava Administração, Economia e Engenharia e se dedicava às aventuras do mercado financeiro.

Atualmente, a visão de resultados já é incorporada ao Gestor de Saúde, formado, também pelas Faculdades de Medicina, e que deverá se desenvolver em carreiras altamente dinâmicas, recompensadoras e competitivas. Não haverá monotonia para os Gestores de Saúde. E isso passar a ocorrer, os profissionais serão muito bem recebidos em outros setores, características replicadas de ciclos anteriores.

2. Flexibilidade de engajamento e influências comportamentais de outros setores: as rotinas profissionais dos Gestores de Saúde serão mais flexíveis, mas não necessariamente mais leves: “o colega da sala ao lado foi por uma década inteira o executivo melhor avaliado no setor de onde ele vem, (algo a ver com biotecnologia), mas nada a ver diretamente com a Área de Saúde”, me explicou recentemente um top-manager, Gestor de Saúde, admitindo que até mesmo o “life-balance” do novo colega “andou influenciando até mesmo os colegas das outras diretorias” a tomarem uma “postura mais de mercado”, sem definir exatamente o que era isso, mas deixando claro ao que se referia.

 

PRIMORIUM CEU SKY PENSAMENTOS PERSPECTIVAS HEALTH CARE ALEXANDRE INSERRA GUSTAVO CERBASI AI 11032021

Ampliando Perspectivas - Série completa publicada - Índice atualizado

 

3. Quebra de paradigmas na implementação de novos programas com foco em resultado: o maior exemplo é o caso recorrente dos meros blocos de custos, que passaram a ser oportunidades de retorno em investimento; a melhor assistência médica é também capaz de entregar o menor Total Cost of Ownership, em combinação com a maximização do Economic Value Added.

Essas são noções evidentes da Gestão por Resultados, já presentes em HealthCare e praticadas por Strategic Adaptive Managers, também no Brasil, como sugerimos Gustavo Cerbasi e eu, no Artigo #5 desta série “VUCA A.D. | Consequências para ’Strategic Adaptive Managers’ ”.


4. Imersão total e irreversível na Economia da Experiência: a experiencia do Cliente é a experiência do Paciente: o prazo para entrega das declarações de imposto de renda está, como acontece todos os anos, com ou sem pandemia, terminando, e logo começa o desespero para obtenção de extratos, planilhas, resumos de rendimentos e outros afins para que o amigo que entende bem do assunto ajude a fazer, ou encaminhe a quem sabe.

Sabidamente não é tarefa fácil entregar declaração de imposto de renda para a maioria das pessoas, que não contam com “um bom contador por perto”, em quem possa se apoiar, pelo menos para esclarecer “uma ou outra dúvida”. Tomando-se a natureza das relações envolvidas, verificamos paralelos nas relações com o “advogado de confiança da Família”, (ele ajuda sempre com a questão dos alugueis e aquela ação trabalhista), com um “engenheiro competente” muito próximo, porque sempre “tem aquela obrinha para terminar”, e é bom ter alguém por perto que ajude com a questão das autorizações, que dê uma olhada na planta baixa, e verifique se o empreiteiro não está cobrando demais.

Também não se vive sem um bom funileiro e sem um bom mecânico de confiança.

Não podemos nos esquecer de ter sempre um amigo especialista em T.I. por perto para ajudar a orientar na compra do próximo computador da Família. Um que entenda sobre os videogames dos filhos adolescentes, mas que saiba também como funcionam as novas licenças “cloud” do novo editor de textos, para explicar como faz para ficar tudo certinho e “por um preço bacana”.

Participar como Cliente de diferentes cadeias de valores gerados na economia moderna significa correr o risco da vivência de experiências com considerável potencial de amargues.

Um atendimento aquém do devido e do que é profissionalmente reconhecido, tanto faz se pelo advogado, pelo contador, engenheiro, empreiteiro, pelo funileiro ou até mesmo pelo técnico de computadores da loja da esquina, realmente tanto faz, termina empiricamente em experiências com potencial ainda maior no seu teor de amargues.

Com a disruptura e consequente diminuição na tolerância com a mediocridade, percebemos polarizações em torno de dois extremos: ou existe o privilégio do apoio qualificado e base de confiança para transformar experiências com grande potencial de se tornarem amargas em algo palatável, em vivências agradáveis, com relativa sensação de segurança, ou as pessoas preferem simplesmente não se engajar, evitando-se, assim, o risco do amargo.

Ou abasteço o automóvel da Família no posto de confiança, ou prefiro não abastecer por ora.

A experiência de ser cuidado “de fato”, de ser medicamente assistido é ainda mais íntima. A experiência do Cliente no setor de Saúde é a experiência do Paciente. E ela não precisa ser amarga.

Gestores de Saúde precisam entender esse conceito. E o maior argumento para isso é que parte considerável deles já entendeu isso empiricamente e a fundo. Se a organização empresarial do setor de Saúde tem em sua gestão claros sintomas de mediocridade, proporcionando repetidamente experiências amargas a seus Pacientes, desconfie de sua própria existência nos próximos 5 anos.

 

5. Experiência e expertise operacionais são e serão critérios para cargos estratégicos e a transformação digital é transversal a áreas, níveis e cadeias de valores; a verificação empírica da primeira parte é a lógica observada nos diferentes mercados globais há décadas, sem perspectivas de modificações, mesmo com o advento das start-ups.

Por outro lado, se você é Gestor de Saúde e ainda não sabe ao certo, por exemplo, o que IoT, Artificial Intelligence e Telemedicina podem fazer pela Área de Saúde, conceda-se um tempo curto para aprender esses conceitos a ponto de se tornar apto a explicá-los à sua cunhada em um dos próximo eventos de Família, ainda durante a pandemia, mesmo que seja num encontro online.

O Gestor de Saúde será cada vez mais o grande protagonista dos novos tempos. A Saúde é a “Bola da Vez”.

 

Se você quiser ler ou recomendar este mesmo artigo no LinkedIn, clique aqui.

If you wish to read more information about VIESSMANN/VITEC in Brazil and in English, please click here.

Wenn Sie weitere Infos. über VIESSMANN/VITEC in Brasilien und auf Deutsch erfahren möchten, bitte clicken Sie hier.

 

O autor agradece a sua atenção. Este é o artigo #10/21 e foi escrito originalmente em lingua portuguesa, e não há, por enquanto, versões em outros idiomas. Publicado de forma inédita em 30.03.2021. Por favor, deixe seu comentário abaixo. Se preferir, envie sua mensagem via e-mail diretamente para o autor. Fique à vontade para compartilhar este artigo copiando este link. Todos os direitos reservados aos coautores e à PRIMORIUM.

A PRIMORIUM valoriza e incentiva a troca de ideias, práticas e perspectivas.

Ampliando Perspectivas                   SOBRE NÓS

1000 Buchstaben übrig


logo Primorium Management Consultants

Über uns

Wir bieten unseren Kunden die Qualität, Insights und den Professionalismus einer Top-Beratungsfirma in Verbindung mit der Flexibilität und Wettbewerbsfähigkeit einer "Boutique".

Kontakt

Für weitere Informationen über PRIMORIUM:
  Diese E-Mail-Adresse ist vor Spambots geschützt! Zur Anzeige muss JavaScript eingeschaltet sein!
  +55 11 3230 9385
 Rua Mourato Coelho, 90, 8. Etage