A evidência da realidade darwinista no ambiente empresarial

(Por Alexandre Inserra e Gustavo Cerbasi)

A disruptura experimentada em 2020 foi aceleradora da transformação e não a sua causa originária, tornando evidente o caráter darwinista do ambiente econômico-empresarial. O momento atual after disruption é muito didático em evidenciar a necessidade constante de adaptação, dentro de uma compreensão darwinista da realidade das organizações empresariais. É a verificação prática de que não há qualquer espaço para acomodação, muito menos para a mediocridade. O risco de se tornar inviável como negócio em curto intervalo de tempo está diretamente relacionado ao encontro de zonas de conforto. Acomodar-se é decidir repousar onde caçam os leões.

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Há muito tempo se discute no Brasil a questão da desindustrialização, e o debate se reinicia quando uma das mais tradicionais montadoras do planeta anuncia que não irá mais produzir veículos automotores por aqui.

Com isso reacendem-se as consultas, pedidos de suporte para tomadas de decisões estratégicas tão fundamentais, como a permanência ou não no Brasil. No outro ponto, as iniciativas empresariais que seguimos conduzindo no sentido de concepção e implementação da estratégia de instalação no país, (go-to-market Initiatives), nos são muito mais prazerosas, admitindo que há sempre um engajamento e envolvimento pessoais com as causas de nossos Clientes.

É sempre um desafio considerável o kick-off de um projeto, onde o fechamento de unidades produtivas é uma alternativa já apontada pelos decision makers.
O engenheiro mecânico industrial brasileiro Lauro Alcantara, um dos idealizadores da fábrica modular de caminhões da Volkswagen em Resende-RJ, até hoje um marco de inovação industrial e uma referência mundial em processos de montagem, lembra: “O consórcio modular até hoje é uma grande ideia, permite reduzir custos logísticos, aumentar a produtividade e regular a mão-de-obra entre as diversas empresas envolvidas”.

Partindo da ideia inicial de José Ignacio López de Arriortúa – considerado por muitos como um dos “grandes gurus do século XX”) – Lauro Alcantara teve a oportunidade de dirigir e decidir tanto a negociação de contratos com fornecedores, como a implantação completa do sistema inédito de produção, até que a fábrica fosse posta em marcha.

Trabalhávamos no mesmo grupo quando a Business Unit Curitiba foi inaugurada e, depois disso, por vários anos no mesmo prédio em Wolfsburg; hoje temos o Sr. Lauro Alcantara, com grande honra, como Senior Advisor da PRIMORIUM Management Consultants, sendo um de nossos pontos focais com o ambiente industrial e de inovação na Alemanha, e o pilar principal de nossa ponte com Portugal e Espanha, onde reside desde que deixou o Top Management da Volkswagen em Wolfsburg.

As discussões estratégicas em torno de investimentos em ativos produtivos são muito mais animadoras do que os temas atuais relativos às enormes incertezas quanto ao futuro da indústria no Brasil.

O país desperdiça oportunidades significativas de reengajamento no cenário global de agregação de valor, mesmo sendo capaz de manter ainda ilhas de excelência, como é o caso emblemático da exportação de aeronaves.

Apesar dos pesares, há muito valor significativo para ser agregado no Brasil. Há muitas possibilidades de investimentos com bons retornos, que permitem equilibrar a lógica financeira do Return-on-Investments (ROI) com contribuições com avanços sociais dos quais o país tanto carece. Mas as lições trazidas pela disruptura experimentada em 2020 precisam antes ser bem compreendidas.

Primeiro é que não se pode esperar resultados crescentes, entregando experiências medíocres. Há clara intolerância com a mediocridade, o que deve inviabilizar setores inteiros, como já temos assistido. A economia é cada vez mais conectada e powered by experience.

Segundo: transformações são atos contínuos, que se permitem compreender, havendo cada vez mais dados e outros meios para detectá-las e decifrá-las. As transformações atuais deixam claras pistas e possibilidades de projeções assertivas quanto a tendências.

Por isso, e mais importante: expor o sucesso empresarial a zonas de conforto é decidir repousar onde caçam os leões, num ambiente econômico onde grandes capacidades de adaptação são exigidas.

Ou seja, a lógica de sucesso de perpetuação dos negócios, partindo da própria indústria, passando pelo setor de comércio, de serviços, e até mesmo chegando ao que já estamos assistindo junto ao setor de HeathCare, é uma lógica da realidade corporativa darwinista.

Os vencedores de amanhã não são os mais fortes, nem os maiores de hoje, mas aqueles que melhor se adaptarem ao retrato do ambiente empresarial que viveremos amanhã.

 

Os coautores agradecem a sua atenção. Este é o artigo #2/21 e foi escrito originalmente em lingua portuguesa, e não há, por enquanto, versões em outros idiomas. Publicado de forma inédita em 12.03.2021. Por favor, deixe seu comentário abaixo. Se preferir, envie sua mensagem via e-mail diretamente para os coautores. Fique à vontade para compartilhar este artigo copiando este link. Todos os direitos reservados aos coautores e à PRIMORIUM.

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