HealthCareManagement – A Bola da Vez é o Setor de Saúde | Strategic Sourcing em HealthCare | Parte 8
(Por Alexandre Inserra e Gustavo Cerbasi)
Como temos procurado demonstrar através da série “Ampliando Perspectivas”, há inúmeras lições aprendidas junto aos setores industriais que se aplicam perfeitamente ao setor de HealthCare. Com a profissionalização da gestão, adoção de foco consequente em resultados e a busca pela Excelência Operacional, fica nítido que práticas de Strategic Sourcing não poderiam ficar de fora do pacote de sistemáticas iniciativas e implementações observadas na Área de Saúde, na busca por vantagens competitivas. Diante de uma tendência global de foco operacional em competências estratégicas, abrindo terreno para terceirização de valor agregado em alta escala, é impossível o atingimento de performance operacional worldclass, sem que as práticas relativas a Strategic Sourcing sejam implementadas de forma consequente. E isso já é Work-in-Process no setor de HealthCare.
Há cerca de 50 anos, enormes times internos, verticalizados, compostos exclusivamente por mulheres operárias, cortavam, tingiam, costuravam e revestiam, com base em operações manuais sem nenhuma automação, os assentos dos automóveis orgulhosamente produzidos no Brasil, pelas fábricas de automóveis situadas no ABC-Paulista, e logo depois em Betim-MG.
Naquela época, para os poucos players que dividiram o mercado brasileiro nos anos 70-80, a tapeçaria de automóveis era basicamente uma rotina produtiva “make”, com baixa integração da base fornecedora, (que se limitava a fornecer as matérias-primas), distante ainda das cartilhas de Qualidade Assegurada.
Não havia, à época, qualquer preocupação de performance proativa dos produtos em situações mais críticas, como seu comportamento estrutural e dinâmico em diferentes tipos de crashes, característica funcional básica, considerada atualmente como trivial na busca pela segurança. Itens como freios ABS e AIRBAGS estavam ainda muito longe de sua implementação, especialmente no mercado brasileiro.
As grandes transformações evidentes das últimas 4 décadas no setor automotivo foram processuais, mas houve relevantes eventos de disruptura. Fato é que a indústria automobilística, até pouco antes do fenômeno da eletrificação, optou por um percentual massivo de terceirização do valor agregado industrial, rompendo em vários business cases, a marca dos 80%.”
Se tivéssemos que eleger um evento “divisor de águas” que simbolizou essa grande transformação, nosso voto seria pela histórica batalha jurídica, técnico-financeira entre General Motors e Volkswagen, incluindo episódios “hollywoodianos”, como uma suposta fuga do maior protagonista desta capítulo, Jose Ignacio Lopez, dos EUA, com ajuda de sua segurança, de um salão do automóvel em Detroit, and “left a lasting effect on carmaker-supplier relations", tal como informou Automotive News Europe, em 20.02.2006, em artigo intitulado: “The Lopez Affair”, por Diana T. Kurylko e James R. Crate.
Lopez “arrebentou” com centenas de zonas de conforto. Quem viveu no ambiente automotivo durante as décadas de 90 e 00 em Wolfsburg, sede global da Volkswagen, certamente tem boas anedotas deste grande capítulo da globalização para contar. Narrativas que vão de romances escondidos a intrigas policiais, dignas de bons suspenses, com nuances de muito mistério. Há muito ainda para ser publicado sobre as experiências de Lopez e seu impacto na industrialização global, inclusive no sentido da Ásia.
Mas o mais importante: já há muitas lições aprendidas e muitos cases históricos emblemáticos documentados que significaram pontos de inflexão, com consequências e impactos diretos em diversos outros setores industriais complementares, dos métodos e abordagens de Lopez, criando uma onda de propagação sem freios, até atingir grandes conglomerados de vários setores, incluindo infraestrutura, serviços, passando por projetos de saneamento, telefonia, construção naval, cosméticos e por aí a lista segue.
Segue virtualmente para todos os setores com complexas cadeias de agregação de valor, sem parecer haver limites para as fronteiras de aplicações dos conceitos de gestão profissional de (global) sourcing nas organizações empresariais. A Bola da Vez é o Setor de Saúde! E nele também vale a lógica de que um Real economizado diante de savings em custos de materiais ou serviços é diretamente um Real a mais no P&L.
Assim, a necessidade e a urgência de profissionalização dos processos e organizações para implementação de Strategic Sourcing é tanto maior quanto for o percentual de valor agregado sendo atualmente e tendencialmente oferecido por uma base fornecedora. Há muito para ser providenciado em termos de Procurement em HealthCare no Brasil.
Seja lá qual for a dependência de sua organização empresarial em relação ao seu mercado fornecedor, respostas claras, imediatas e unânimes devem ser dadas pelos gestores para as seguintes questões quanto às atividades de sourcing em #healthcaremanagement:
1) Como são organizadas as atividades de suprimentos hoje na Organização? Qual é o nível praticado de centralização?
2) Qual é o Spend Cube praticado de forma recorrente? Quais são os volumes comprados de forma extraordinária? Como é gerenciado o Spend Cube? Qual é o nível de coordenação / centralização das atividades de suprimentos?
3) Como são tomadas decisões "make-buy” com relação a serviços?
4) Há evidências e um sentimento de que existem potenciais de economia de custos, melhoria da experiência do cliente/paciente e diminuição do risco operacional com base em um aumento na performance da atividade de sourcing?
5) Qual é o perfil típico de quem realiza compras na sua Organização? Há métodos, processos, ferramentas e treinamentos suficientes à disposição desses profissionais?
O NOSSO TIME tem contribuído com gestores de diversos setores na busca pela Excelência Operacional, e temos percebido crescente demanda na Área de HealthCare em absorver os conceitos apresentados didaticamente neste Artigo. Entre em contato conosco, caso você queira saber mais sobre nossas práticas ou aplicá-las no seu ambiente de negócios.
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