Realidades empresariais - A Bola da Vez é o Setor de Saúde | Percepção, leitura e interpretação da PRIMORIUM | Parte 3

(Por Alexandre Inserra e Fabio Annunziata)

A disruptura experimentada em 2020 foi aceleradora de um processo de transformação e não a sua causa originária; “instabilidades constantes” se fazem notar há muito tempo; estão evidentes as marcas da realidade evolutiva, seletiva, darwinista do ambiente em que sobrevivem as empresas, sobretudo no Brasil, onde os custos operacionais são tão altos, e onde o custo de capital permanece nas "nuvens", apesar da realidade de juros negativos na Europa. E dentro deste contexto, nenhum outro setor poderia ser tão acelerado em termos de transformação no momento "After Disruption" como o de Saúde. Ele já vinha, sobretudo no Brasil, apresentando sintomas claros de grandes transformações, aumento do profissionalismo na gestão, grandes investimentos, além de fusões e aquisições muito importantes. The HealthCare sector é a bola da vez.

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Pense em um personagem já histórico, ainda muito atual, tão diferenciado, que foi "único", dotado de muita perspicácia sensorial, de uma mente brilhante, inovadora, percursora, influenciadora, significativamente construtora da realidade em que vivemos hoje. Seu talento se firmou na tecnologia, mas seu verdadeiro predicado estava em entender needs humanos, e criar produtos e soluções praticamente irrestíveis, fáceis de usar, intuitivas. O balanço histório será feito pelos especialistas, mas dificilmente alguma outra mente influenciou tanto os tempos atuais, sob a ótica da perfeita compreensão das aspirações humanas e suas possibilidades quando bem servidas pela alta tecnologia, como foi a de Steve Jobs.

Estamos convictos de que o mesmo balanço histórico será capaz de apontar que uma das grandes lições deixadas por Jobs é o fato de que “é muito mais fácil conectar os pontos olhando para trás, do que olhando para frente”. Essa ideia foi posta literalmente durante seu famoso discurso “Steve Jobs’ 2005 Stanford Commencement Address”, pela cerimônia de graduação dos formandos daquela renomada instituição.

You can only connect the dots looking backwards.” Com estas palavras, Steve Jobs recomendava a audiência de formandos que se mantivessem curiosos e persistentes em buscar o que suas aspirações, vontades, inspirações, ("your heart knows what that is"), lhes sugerissem, evitando que vivessem vidas que não fossem as suas próprias.

Como exemplo favorável à ideia, ele cita sua própria experiência, e que só foi compreender, por exemplo, para que tinha lhe servido o curso de caligrafia que havia frequentado durante a faculdade, (acabou não se formando), muito tempo depois, quando entregou traços criativos e cores às fontes utilizadas pelos computadores pessoais, inovação da Apple, por ele concebidos, segundo ele próprio, copiados por seu concorrente, o PC, representado pela Microsoft de Bill Gates.

Todas as frases que se iniciam por: “Ainda bem que...”, trazem consigo a sugestão de que algo inicialmente indesejado, acabou se tornado algo diferente, que veio a salvar a humanidade, ou uma parcela dela, de alguma coisa muito pior, quase catastrófica. O sentido aí transmitido é de um "certo alívio" pela compreensão, ainda que tardia, olhando para trás, de que faria sentido tudo o que passamos, e como os fatos se desenrolaram.

Tudo se conecta e faz sentido, quando olhamos para trás e conectamos os pontos; e melhor do que isso: traz a noção de que não houve “custos de oportunidades”, ou seja, o que se desenrolou não parecia inicialmente provável, nem desejável, mas foi o melhor desenvolvimento possível das coisas. E assim, está justificada a intuição.

A questão central é: como trazer o ensinamento empírico de Jobs para o universo das percepções, decisões e posicionamento corporativos, já que a gestão das organizações empresariais é feita sempre no presente, com mira em outcomes futuros?

 


Bom, o primeiro entendimento é que quanto mais se conhece sobre hábitos, tendências, modelos analíticos, comportamentos, e a história do desenvolvimento tecnológico, (e das condições “ambientais” que o permitiu), mais se tem elementos para projeções sobre aquilio que ainda não foi vivido.

Matematicamente: uma boa base de dados permite melhores extrapolações, do que uma base sem significância amostral.

O segundo ponto é que, analogamente ao que pleiteava aquele que deu “personalidade” para a Apple, não adianta insistir em planos e projetos empresarias em determinado campo de atuação, estratégia ou posicionamento mercadológico, quando as competências e talentos que compõem as organizações não refletem as requeridas para atuar no mesmo campo.

E finalmente, o clássico método científico: observar, analisar, formular hipóteses e tentar negá-las com base nos dados observados aplica-se 1 : 1 no ambiente empresarial, requerendo precisão metodológica e imparcialidade, o que resulta em diagnósticos precisos, fundamentados em identificação das causas-raízes de problemas e situações oportunisticas.

Partindo do primeiro aspecto acima: com mais de vinte anos observando e atuando paralelamente em diferentes setores da economia, e tendo prestado suporte em Gestão Empresarial e em Engenharia Predial e Clínica, com entregas em esferas que atravessaram transformações recentes tão profundas, temos uma base consistente de dados e casos, que nos permitem contar com um pouco mais do que a simples intuição, para afirmarmos que não há dúvidas de que  “Bola da Vez é o Setor de Saúde”.

Tanto sob a ótica da Gestão Empresarial como das demandas por Engenharia sofisticada, inteligente e preditiva, ficam claras as percepções de que nenhum outro setor passa e seguirá passando por tantas transformações como o setor de Health Care.

Movimentos já observados em outros setores – indústria automobilística, farmacêutica, química, de papel e celulose, para citar apenas alguns poucos – se demonstram claramente perceptivos atualmente na área de #healthcaremanagement; o setor conta com vetores de forças suficientemente relevantes para mantê-lo em transformações simultâneas, aceleradas e com desdobramentos muito compatíveis com a lógica darwinista.

As mudanças neste setor são simultâneamente disruptivas e incrementais, e há demanda clara pela gestão profissional de ativos fixos produtivos, com a sensibilidade sobre disponibilidade adequada, traduzida por Overall Equipment Effectiveness, (OEE), pelo menor Total Cost of Ownership, (TCO), e a busca pela maximização do Economic Value Added, (EVA), vocabulário já em prática cotidiana por Gestores de Saúde, que raramente operam a partir de "Home Offices".

Passando-se ao aspecto seguinte, das competências e afinidades, não há dúvidas: o setor reúne esses e todos os demais ingredientes, além de competências e afinidades profissionais de diferentes backgrounds, atuando com excelêcia na Área de Saúde, tanto no Brasil, como no exterior. A alta competência nos perfis é exigida integralmente nas áreas técnicas, e igualmente de todo o staff, seja gerencial-administrativo, operacional ou estratégico.

É um dos setores que segue gerando boas demandas para head-hunters em diversas geografias, e durante a pandemia, muitos profissionais da indústria de #healthcare se reposicionaram, e se dizem mais satisfeitos hoje, apesar de todos os pesares. Muitos outros, de diferentes áreas de atuação migraram para se dedicar ao setor de Saúde, mesmo em que atividades indiretas.

O mundo anda mal de saúde, mas não vive sem a Saúde.

 

 

E para finalizar, analisemos juntos os números e os fatos relativos à reconfiguração do mercado de Saúde no Brasil: as atuais e “ainda prometidas” operações de M&A, que se estruturam sem aparentes limites, as aberturas bem sucedidas de Capital, os investimentos em equipamentos de última geração, a telemedicina, big data, a visível transformação digital, a profissionalização da gestão dos ativos prediais e clínicos, as certificações quanto à qualidade operacional dos diversos grupos, e principalmente, as tomadas de posições estratégicas no cenário brasileiro e global, inclusive a busca pelo mercado brasileiro por grandes grupos europeus como a VIESSMANN / VITEC, tudo isso são indicadores claros e cientificamente traduziveis na confirmação da hipótese de que o Setor de Saúde é a Bola da Vez!!

 

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Os coautores agradecem a sua atenção. Este é o artigo #8/21 e foi escrito originalmente em lingua portuguesa, e não há, por enquanto, versões em outros idiomas. Publicado de forma inédita em 24.03.2021. Por favor, deixe seu comentário abaixo. Se preferir, envie sua mensagem via e-mail diretamente para os coautores. Fique à vontade para compartilhar este artigo copiando este link. Todos os direitos reservados aos coautores e à PRIMORIUM.

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